Dados mostram que, somente em 2022, o número de artesãos mais que dobrou de janeiro a agosto
Com milhares de pessoas empreendendo no artesanato, o país experimenta uma crescente demanda de consumo por produtos feitos à mão. Seja para decoração de suas casas, no universo da moda e de acessórios ou mesmo para realização de festas e eventos, o fato é que há um aumento na busca pela arte produzida baseada na cultura popular.
Dados oficiais do Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiros (Sicab) mostram que, somente em 2022, o número de artesãos mais que dobrou de janeiro a agosto. A plataforma concentra mais de 190 mil profissionais do segmento que optaram em se cadastrar. Em janeiro de 2022 o sistema recebeu 918 cadastros e, em agosto, 2019 novos integrantes. O país tem hoje cerca de 8,5 milhões de artesãos, sendo a maioria constituída de mulheres que vivem diretamente da própria produção. O setor representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano.
De acordo com a gestora de Artesanato do Sebrae Nacional, Durcelice Mascêne, a expansão desse mercado se deve, em especial, à tendência reforçada durante a pandemia de as pessoas procurarem se sentir mais acolhidas em suas casas. “Nos últimos dois anos, notamos esse movimento de redecorar a casa, dar novos ares para ambientes mais usados, como a cozinha, sala e escritório. O artesanato conversa diretamente com esse comportamento e tem a capacidade de gerar bem-estar, de dar personalidade, de contar histórias”, comenta.
A especialista destaca a função econômica, social e de preservação cultural das peças produzidas à mão. “Além do poder de dar qualidade de vida, o artesanato movimenta a economia, gera emprego e renda para milhares de famílias Brasil afora. Nosso país, com sua diversidade, é um grande celeiro criativo de peças artesanais”, afirma.
Vencedora da 5ª edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato na categoria “Artesanato de Referência Cultural”, Maria de Fátima Rodrigues destaca o importante apoio do Sebrae para a conquista da premiação. “Em 1995, tomei conhecimento que o Sebrae estava oferecendo oficinas de bordado, procurei para participar e assim comecei a bordar”, conta a artesã sobre o início da carreira.
Em 2005, Maria criou a Associação do Folclore Brasileiro – Brincando com Linhas, um grupo que reúne mulheres bordadeiras no Distrito Federal. “O Sebrae nos apoia desde o começo com oficinas, consultorias e ações que nos ajudam a aperfeiçoar o nosso trabalho e gerar renda. Esse prêmio é um reconhecimento imensurável para nós”, afirma.
Dicas para aumentar as vendas
Para acompanhar esse ritmo crescimento, algumas ações são primordiais por parte dos empreendedores artesãos. Segundo Durce, as ações no mundo digital precisam ser introduzidas com mais força e organização. “Ainda há muitas pessoas que não separam, por exemplo, a página pessoal da empresarial. É preciso criar identidade visual, fazer boas fotos e ter protocolos de atendimento”, indica.
“Sabemos que, muitas vezes, há uma dificuldade nesse aspecto. Muitos artesãos ainda trabalham informalmente, mas a comunicação no digital pode auxiliar os negócios a escalarem para níveis internacionais”, complementa a analista. A busca pela ampliação da rede de contato e novas parcerias também é apontada por Durce como fundamentais. Se, por exemplo, o artesão trabalha com jogos de jantar, é possível fechar novos negócios com restaurantes, bares, hotéis e redes de varejo de decoração.
A participação em eventos de artesanato também é uma excelente estratégia para aumentar as vendas e se atualizar sobre as principais tendências de mercado. Além de oferecer atendimento especializado, consultoria e cursos gratuitos, o Sebrae apoia essas iniciativas em âmbito nacional.
Fonte: agenciasebrae
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